Quase Gosto da Vida Que Tenho...
Quase gosto da vida que tenho... Este é o titulo de um dos primeiros textos que eu li do Pedro Paixão e que ele agora pegou para dar título ao seu novo livro.Esta foi uma frase que desde que li o texto me marcou. Sinceramente tenho-me perguntado porquê, e não encontro a resposta. Se calhar porque por trás de uma frase aparentemente simples acho que se esconde muita dor, muita desilusão.
O quase é uma coisa tão inatingivel, é estarmos quase lá e nunca o conseguirmos alcançar. Sentir que a felicidade nos foge por entre os dedos. É aquela sensação horrível de "é melhor que nada". É conformarmo-nos.
Esta frase mostra também isso mesmo, o conformismo, o parar de lutar por sermos realmente felizes. Quantos de nós podem realmente dizer que são felizes? Pode a felicidade ser realmente atingível, ou vamos ter de nos conformar a ser quase felizes?
Quando falo de felicidade e de quase felicidade, não falo das pequenas coisas que nos chateiam no dia a dia, essas são demasiado pequenas para nos fazerem felizes ou infelizes, falo das nossas vidas, das nossas crenças, dos nossos amigos, dos nossos corações.
Temos de querer ser felizes, e ser feliz, custa, é dificil, exige esforço, exige criação. Como diria Esperanza Guisán, ser feliz implica fazer a nossa felicidade atingir os outros, implica um esforço de criação.
Quase gosto da vida que tenho... Espero um dia conseguir gostar completamente... :)
PS - Obrigado Sandrucha e T ;)
2 Comments:
«felicidade»: o conceito mais mal compreendido de toda a história da humanidade, só rivalizando com o conceito de amor e paixão. diz o wittgenstein que «o humor não é um estado de espírito mas uma visão do mundo», e o conceito de felicidade traz-nos uma visão do mundo (por isso é indiferente as pequenas coisas, porque esperamos sempre A Felicidade: a Revelação: em suma o Paraíso.
Quase gosto da vida que tenho transmite essa mesma desilusão: a nossa visão do mundo (a que gostaríamos) (aquela que damos pelo nome de felicidade) não existe. por isso só quase posso gostar. só quase posso dizer alguma coisa.
se o nosso corpo não procurar a felicidade mas fazer-se, realizar-se talvez seja uma resposta... ser feliz não exige mais esforço que este: sermos! existirmos! é preciso é não ser cobarde e agarrar a vida pelos cornos (da desgraça diria outro).
acho eu de que
mas posso estar completamente enganado.
então tu não gostas totally da vida que levas??? hummm... que te faltará?... bem, hoje, falta-te o strauss, mas pensa que não é bem faltar, é apenas uma presença diferente, noutro formato! Lamento, por ti. Acho que estou a ver o bichinho certo, há já tanto tempo que não vou até aí ao teu canto... (será q a última vez foi a daquela saída atribulada para aquele passeio atribulado aquele Alentejo que de atribulado nunca teve nada? não interessa nada)
t
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