terça-feira, maio 18, 2004

Quase Gosto da Vida Que Tenho...

Quase gosto da vida que tenho... Este é o titulo de um dos primeiros textos que eu li do Pedro Paixão e que ele agora pegou para dar título ao seu novo livro.

Esta foi uma frase que desde que li o texto me marcou. Sinceramente tenho-me perguntado porquê, e não encontro a resposta. Se calhar porque por trás de uma frase aparentemente simples acho que se esconde muita dor, muita desilusão.

O quase é uma coisa tão inatingivel, é estarmos quase lá e nunca o conseguirmos alcançar. Sentir que a felicidade nos foge por entre os dedos. É aquela sensação horrível de "é melhor que nada". É conformarmo-nos.

Esta frase mostra também isso mesmo, o conformismo, o parar de lutar por sermos realmente felizes. Quantos de nós podem realmente dizer que são felizes? Pode a felicidade ser realmente atingível, ou vamos ter de nos conformar a ser quase felizes?

Quando falo de felicidade e de quase felicidade, não falo das pequenas coisas que nos chateiam no dia a dia, essas são demasiado pequenas para nos fazerem felizes ou infelizes, falo das nossas vidas, das nossas crenças, dos nossos amigos, dos nossos corações.

Temos de querer ser felizes, e ser feliz, custa, é dificil, exige esforço, exige criação. Como diria Esperanza Guisán, ser feliz implica fazer a nossa felicidade atingir os outros, implica um esforço de criação.

Quase gosto da vida que tenho... Espero um dia conseguir gostar completamente... :)

PS - Obrigado Sandrucha e T ;)

2 Comments:

At 12:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

«felicidade»: o conceito mais mal compreendido de toda a história da humanidade, só rivalizando com o conceito de amor e paixão. diz o wittgenstein que «o humor não é um estado de espírito mas uma visão do mundo», e o conceito de felicidade traz-nos uma visão do mundo (por isso é indiferente as pequenas coisas, porque esperamos sempre A Felicidade: a Revelação: em suma o Paraíso.
Quase gosto da vida que tenho transmite essa mesma desilusão: a nossa visão do mundo (a que gostaríamos) (aquela que damos pelo nome de felicidade) não existe. por isso só quase posso gostar. só quase posso dizer alguma coisa.
se o nosso corpo não procurar a felicidade mas fazer-se, realizar-se talvez seja uma resposta... ser feliz não exige mais esforço que este: sermos! existirmos! é preciso é não ser cobarde e agarrar a vida pelos cornos (da desgraça diria outro).
acho eu de que


mas posso estar completamente enganado.

 
At 9:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

então tu não gostas totally da vida que levas??? hummm... que te faltará?... bem, hoje, falta-te o strauss, mas pensa que não é bem faltar, é apenas uma presença diferente, noutro formato! Lamento, por ti. Acho que estou a ver o bichinho certo, há já tanto tempo que não vou até aí ao teu canto... (será q a última vez foi a daquela saída atribulada para aquele passeio atribulado aquele Alentejo que de atribulado nunca teve nada? não interessa nada)
t

 

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